domingo, 27 de junho de 2010

"Soluço mental"

Mentes no menu automático enquanto roupas etiquetadas são penduradas como um troféu de consolo. Tenho pena.
Repetições de maiorias entregues à bandeja facilitam e brindam a uniformização cultural lucrativa. Tenho pena.

Pensei.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Olha só


- Moço, me vê o coração mais bonito, por favor.
- Quantos gramas?
- Inteiro.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Pra decretar.


Ora, se não sou eu quem mais vai decidir o que é bom pra mim,
Dispenso a previsão.



Ah, se o que eu sou é também o que eu escolhi ser,
Aceito a condição.




   [Los Hermanos - O velho e o moço]

terça-feira, 1 de junho de 2010

Aprumar

A muralha cansou de ser muralha. Logo ela, que parecia tão satisfatoriamente fixada. Virou monumento histórico. Tão lindo e emocionante seus muros atingídos pelos socos do tempo, que no seu caso passou acelerado. Uns tijolos caídos, a cor desbotada, e toda a poesia de uma história de batalhas escondia um silencio até então contemplativo. Ela nunca deixou de ser muralha e sequer almejou destino diferente. Com uma sutil resignação de se ser o que é, acostumou-se.
Mas dia desses percebeu o horizonte e foi despertada:

- O que tem atrás do mar?

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Imenso

Não consigo dormir e viro a cabeça. Abro os olhos e leio a página marcada do livro que nunca saiu dalí. Está escuro, então meus olhos se fecham. E penso que quero mesmo é mergulhar nesses livros que parecem que nos lêem. Acariciar de leve suas páginas e minhas angustias. Ou, numa segunda opção, quero querer menos. Mudar o compasso dessa vida retalhada. Viver de alternativas concretas.
Poesias só servem pra embelezar a vida com aquilo que a vida não tem. Mas ninguém avisou que beleza não se inventa. E eu aqui, cada dia mais feia arrumadinha.

sábado, 8 de maio de 2010

Bem simples


assim.