domingo, 13 de setembro de 2009

Utopicamente realista.


Aranhas desenham suas teias. Como numa busca incansável, procuram as medidas exatas para construir o seu lugarzinho, assim como os pássaros que constroem seu ninho. Cada milímetro quadrado projetado de si para si. Porque só aranha sabe o que aranha quer. Só pássaro sabe o que pássaro quer.

Hoje peguei-me pensando em meu lugarzinho. Sem muitas obsessões, falo do mínimo necessário pra eu me sentir dona de mim.
Seria essa busca uma utopia?
Porque por mais que digam que somos seres adaptáveis, eu sigo a teoria da inadaptação. Se é lei da natureza pássaro no ninho e aranha na teia, porque eu, ser capaz e racional tenho que me adaptar ao que não me pertence?

É quando então alguém toca no meu ombro e me constata que a procura do ideal é uma concepção ilusitória.
O que é ideal hoje, Raíssa, amanhã não vai ser. Porque também é natureza humana nunca estar satisfeito. Seja Deus em dias de domingo que você vai me entender. Acorda pra realidade!
É então que eu digo: I always want more. Até aceito as conseqüências da frustração, porque mesmo sabendo que não existe céu que não tenha céu, antes a frustração por algo batalhado do que o arrependimento de nunca ter ido a guerra.

Alguém há muito tempo atrás mostrou que eu posso ser o que eu quiser. Tenho o poder nas mãos. Eu posso! Dizer isto me faz dona do mundo. E não adianta vir com essa estória de ficar na zona de segurança porque não foi pra estar cercada de grades ou alarmes que eu nasci. Se meu ninho for a 500.000 pés, é pra lá que eu vou.

Porque se tem uma coisa que é indiscutível é : em ninho não habita aranha, ou habita?