segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Grito


Se tem algo que ninguém pode me tirar é o direito a voz. E certas coisas funcionam em mim como coceira no nariz.
Há quem diga que me arrisco demais, mas aqui dentro a teoria do “cada um no seu quadrado” nunca foi bem-vinda. Mesmo que, sair da minha zona de segurança signifique suor, estresse e preocupações extras, daquelas que interferem no meu tão e desejado “bem-estar”. O individualismo de hoje em dia me sufoca e mais uma vez, eu me invoco e não me calo. Calo, machucado que incomoda nosso pé, e por isso tiramos o sapato. É assim que funciona.

Tirar o sapato e atirar no descaso, na prepotência, na ignorância sobre fatos de necessitam de nosso entendimento. Na falta de amor e sensibilidade, no “minha felicidade é o que importa, e ela não depende da sua. Nada deve impedir minha satisfação pessoal. Primeiro eu, depois eu. Acorda Raíssa, os tempos evoluíram minha filha, agora é cada um por si, assim diz o sistema”.
Chamem de caretice, mas se isso for evolução, que me levem para o tempo das cavernas que me adaptarei melhor. 


Os insatisfeitos sentem calor e inventam o ar condicionado, sentem saudade e inventam o telefone, sentem dor e inventam o remédio, sentem amor e inventam a música.
Os insatisfeitos simplesmente mudam.
E mudança é o que eu mais quero.

sábado, 22 de novembro de 2008

Tradução de felicidade


Felicidade. Muito se fala, todos perseguem, poucos reconhecem. Foi pensando nisso que voltei do balet hoje a tarde. Senti algo inexplicável no final do ensaio, quando a música instrumental ainda tocava e todos iam embora. Meus pés ainda doiam, minha coxa pedia sossego, mas minha cabeça -ou seja lá o que guarda esses sentimentos-  nunca esteve tão bem. Deitei no chão na posição mais agradável possível e viajei nas notas do piano. Então percebi que aquilo pouco me fazia feliz. E sabe, como é bom descobrir que sua felicidade não depende de coisas inalcançáveis. Foi então que senti mais felicidade ainda. E no caminho de casa, fiquei tentando reconhecer o que me traz sensação semelhante. Listei antes que esquecesse.

Felicidade para mim é sentir cheiro de pão de queijo quase pronto. Ouvir música com sentimentos. Fazer bolo e lamber a panela.
Felicidade para mim é ter o pai como exemplo, a mãe como companheira e os irmãos como parceiros. É receber ligação de vez em quando da prima de 8 anos de Recife pra dizer que está com saudades da “Rarrá” e cartinhas com declarações de amor mais puras que possam existir.

Felicidade para mim é acordar dia de domingo e ficar enroscada com o edredom até tarde. É ir a praia já pensando no picolé do tio da esquina. É ouvir no telefone a voz da prima distante, dizendo que a saudade dói, mas nada mudou entre nós. Felicidade aqui é ler poesia, rever fotos antigas e lembrar da infância com saudade. É alugar muitos filmes, ver bob esponja e rir das piadas idiotas do Silvio Santos enquanto almoço. Ganhar abraços consoladores, palavras compreensivas e pegar na mão dele.

Felicidade para mim é ganhar chocolate, ouvir um “eu te amo” sincero, ganhar “xero” de criança. É reunir os melhores amigos, é ter melhores amigos. Felicidade para mim é cantar no banheiro, dormir com talco, meias, e consciência limpa. É saber que o sol nasce para todos e que por mais que a coisa esteja preta, existem outras cores pra pintar a vida.

Felicidade é poder reconhecer tudo aquilo que me faz tão feliz.


Um pouco de interação...
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