Você talvez nem tenha percebido, mas acho que eu bem perdi o foco. Você talvez nem tenha reparado, mas meus olhos queriam muito te dizer umas coisas. Coisas que nem sei o quê nem pra quê.Coisas que, de tão minhas, eu guardei como quem egoistamente aprisiona um filho, intencionando proteção.
Repara só nos meus olhos, eles meio que querem te falar de mim. Do que dói, do que alegra, do que assusta, do que conforta. Eles te vêem como terreno seguro e de alguma forma, querem te mostrar minha esperança. Até hoje foi ela a responsável por cada passo dado. Eles querem te encher tanto de mim que é melhor eu me agüentar. Nunca me achei nada vazia. Um pouco intensa, até.
Você talvez nem tenha reparado, mas meus olhos queriam muitote dizer umas coisas.
domingo, 24 de janeiro de 2010
She may not be what she may seem inside her shell. She who always seems so happy in a crowd, whose eyes can be so private and so proud, no one's allowed to see them when they cry.
Férias foram sempre um furacão em minha vida. Sobra de tempo nunca foi minha aliada passível. O armário tá uma bagunça, o e-mail lotado, aniversariantes sendo esquecidos e eu como vestibulandos em dia de prova ando mesmo é querendo respostas. Vai Deus, dá uma forcinha ai. Adianta sei lá... uns 5 anos pra não dar muito trabalho.
Ok, tô pedindo demais. Quer saber? Esquece. Deixa a vida seguir seu rumo natural, vou me virar. Faz que nem quando a gente solta uma criança e se delicia no seu jeitinho desengonçado de andar. É a arte do quase lá. A delícia do inacabado. O mistério que enquanto mistério parece até mais interessante que a própria coisa em si.
OBS: Descobri uma utilidade da geometria na minha vida: um grau a mais muda completamente a direção de uma reta. Quero fazer tudo certinho. Quero fazer tudo certinho.
Fizeram-nos acreditar que o que eles dizem que é, é o que tem que ser. Fizeram-nos acreditar que calados somos pacíficos e obedientes. Fizeram-nos acreditar em concepções, ideais e doutrinas que só servem pra colocar sujeira embaixo no tapete. Fizeram-nos acreditar em uma verdade contraditória e nos abrigaram a aceitá-la de boca fechada. Nos cegam o tempo todo e poucos percebem. E aqueles corajosos, que tiveram a ousadia de tirar a venda foram chamados rebeldes. Mas pouca coisa pode ser feita. E foi assim, retrucando, que me mandaram calar a boca e aceitar. Foi assim, ameaçada, que eu engoli a seco, levando junto a vontade de jogar tudo pro alto e voltar atrás. Porque eu vejo tanta coisa errada disfarçada de coisa certa, tanta coisa invertida e do lado do avesso que fica difícil manter o silêncio. Mas mesmo depois de tentativas de desabafo eu me calo e simplesmente aceito. Porque pouca coisa pode ser feita. E “aceitar” já tá ficando chato, nesse texto e aqui, no meu mundo.
E pra consolar a minha admiração pelos revolucionários e seus corajosos discursos eu falo. Mas não falo tudo, só Deus sabe o turbilhão de gritos que andam entalados na minha garganta. Mas quando se é reprimida não há muitas opções a se escolher, digam isso os escravos que à açoitadas eram obrigados a entregar sua liberdade de mão beijada. Ou melhor, mãos sangrando, pois pouca coisa podia ser feita.
Ai é que se descobre que só se é revolucionário quando não tem sua pele em jogo, porque no palanque, protegido de qualquer ataque é muito fácil. Ideais nunca estão a frente de si mesmo. Mas ai tem o outro lado da história, que muita gente sabe mas quer tapar os olhos: Ditadura calou mas nunca convenceu ninguém.
Porém passarinho engaiolado também canta. Nem que seja assim, num texto disfarçado, mas canta. Fizeram-nos acreditar. Tentaram me fazer acreditar.