Tem um bebê lá dentro. Boca, nariz, olhos e dedo mindinho do pé. Uma barriga dentro de outra. Unhas, pêlos, saliva e pintinho. Tudo isso me parece tão extraordinariamente humano e milagroso que eu passei os últimos dias pensando em bebês na barriga.
Ele fica submergido até nascer. E seja lá qual for a anatomia dos bebês, ele precisa daquela água. Assim como o seu coração batendo precisa daquele outro coração que bate por dois.
O pior é que disso tudo eu já sabia, mas só passou a fazer sentido pra mim quando eu senti o Miguel mexer. Porque apesar de todos os avanços, nós humanos ainda somos incapazes de compreender sem sentir. De acreditar sem ver. Há uma necessidade do que é concreto que, nesse universo dos bebês, tão maravilhosamente dependente, parece absurdo falar da vida materialista e individual que levamos. E ainda há aqueles que insistem em dizer que eles vem do outro mundo. Outro mundo é pra onde eles vão e passarão o resto da vida.
Coloca a mão pra cima e... átomos passeando pelos seus dedos. Eles te mantém de pé e coração batendo. Mas ninguém vê.
2 comentários:
queria ter o sono deles.
Com teu cmnetário eu pude sentir parte da tua percepção,pude sentir parte da tua sensação ao tocar e sentir mexer *--*
Postar um comentário